sábado, 26 de outubro de 2013

Resenha: A Corrida de Escorpião (Por Maggie Stiefvater)



  
      Devo admitir que tenho uma incrível facilidade para me afeiçoar a tudo que envolva cavalos. Vejam bem, sou uma criatura extremamente urbana e jamais trocaria a cidade pelo campo. Porém me deixo seduzir fácil por qualquer atmosfera bucólica envolvendo cavaleiros e lugares provincianos.

     Esse fator provavelmente influenciou bastante para que A corrida de Escorpião de tornasse um dos meus livros favoritos. Desde que Alec foi parar numa ilha após um naufrágio com apenas um puro sangue como companhia em Corcel Negro (Walter Farley), eu não lia um livro sobre essa relação entre cavaleiro e montaria, humanos e cavalos, que vai muito além de necessidade de sobrevivência ou de adrenalina.


    Na estória de Maggie Stiefvater somos apresentados a Sean Kendrick e Puck Connolly. Ambos vivem na mesma ilha e amam seus cavalos, mas as semelhanças entre eles acabam aí. Enquanto Puck é uma garota que é aberta quanto ao que sente e que ama demais seus irmãos, o lugar em que vive e sua égua, Dove, Sean é um rapaz fechado, quieto e introvertido. Aos dezenove anos, ele já foi quatro vezes campeão da corrida de Escorpião e se ganhar este ano, poderá ter o que mais quer na vida: Corr, sua montaria e seu melhor amigo. Um cavalo d’água.

     Mas Puck também precisa vencer ou toda a vida que conhece estará perdida. Ela tem que fazer isso para manter a família unida e um teto sobre suas cabeças, não importa se seja necessário desafiar todas as tradições das corridas ou mesmo arriscar a própria pele e a da sua amada Dove.

    A narrativa do livro é mágica. Verdade. Não importa se você não achar a história tão interessante ou original (mas claro, é insanidade não achar), a forma como a autora escreveu vai te seduzir e você vai querer poder visitar a ilha de Thisby e ver os capaill uisce emergindo do mar, tão belos, fantásticos e ferozes.

    Além dessa história maravilhosa, há o romance que não é nada meloso do tipo “morro por você e você morre por mim” ou “vamos escrever nossos nomes nessa árvore”, mas algo real. Puck e Sean se aproximam e se conquistam aos poucos, e isso é desconcertante e bonito ao mesmo tempo. É algo sólido e real e quase tão bem desenvolvido quanto a relação deles com seus cavalos.

    “— As outras pessoas nunca foram importantes para mim, Kate Connolly. Puck Connolly. (Sean Kendrick, pag. 205)”

     É uma história maravilhosa, que merece os prêmios que obteve e que também merece ser lida por todos que amam cavalos e narrativas poéticas que tocam bem fundo. Um livro mais do que recomendado!
 

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